sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Só pra constar...

Deu Salgueiro...



Deu União da Ilha...


E domingo não vai ter chororô... Só Cachorro Feliz!!! =)


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Elfo do Obama



Nego não tem mais o que inventar!!!! hahahahaha...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

“NAMORADO, TER OU NÃO TER, É UMA QUESTÃO...”

Esse texto eu dedico ao meu amigo Fabiano: o Maranhense que veio morar no Rio, na Ilha do Governador, trabalhar no Bananal e fazer noitada na Tijuca! Hahahaha...

AMIGO, PERMITA-SE!!!

"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção.
A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira: Basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia, ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, não recorta artigos, quem não chateia com o fato de seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar, quem gosta sem curtir, quem curte sem se aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou no meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações, quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado é porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a sai mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pe’rola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça!"
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Como me fudi num show do Los Hermanos

Já tinha lido esse texto do Adolar Gangorra ha um tempão! Mas, não sei porque, me lembrei dele esses dias...
É grande, mas é divertido...
Vale a pena a leitura!


"Voltei para o Brasil há pouco tempo. Vivia com minha família na Inglaterra desde garoto. Estou morando no Rio de Janeiro há uns três meses e agora estou começando a me enturmar na Universidade. Não sei de muita coisa do que está rolando por aqui, então estou querendo entrar em contato com gente nova e saber o que tá acontecendo no meu país e, principalmente, entrar em contato com umas garotas legais, né?

Mas foi meio por acaso que eu conheci uma menina maneiríssima chamada Tainá. Diferente esse nome, hein? Nunca tinha ouvido. Estava procurando desesperadamente um banheiro no campus quando vi uma porta que parecia ser a de um, na verdade, era o C.A. da Antropologia. A garota já foi logo me perguntando se eu queria me registrar em algum movimento estudantil de não sei lá o que. Que bacana! Que politizada ela era! E continuou a me explicar a importância de eu me conscientizar enquanto enrolava um beque da grossura de uma garrafa térmica. Pensei em dizer que estava precisando cagar muito rápido, mas ela era tão gata que eu falei que sim. Tainá: cabelos pretos, baixinha e com uma estrutura rabial nota dez... Aí, acho que ela me deu um certo mole... Conversa vai, conversa vem, ela me chamou para um show de uma banda naquela noite que eu nunca tinha ouvido falar: Loser Manos. Nome engraçado esse! Estava fazendo uma força sobre-humana para manter a moréia dentro da caverna, mas realmente tava foda. Continuamos conversando e rindo. Ela riu até bastante, mas eu, na verdade, tava mesmo rilhando os dentes porque assim ficava mais fácil disfarçar as contrações faciais que eu estava tendo ao travar o meu cu para não cagar ali mesmo na frente dela.

Pensando bem, eu tinha ouvido falar sim alguma coisa sobre essa banda lá na Europa ainda, mas não lembro bem o quê. Ah, acho que vi esses caras hoje no noticiário local dando uma entrevista. Achei que fosse uma banda de crentes tradicionalistas tipo Amish. Todos de barba, com umas roupas meio fudidas. Parecia até a Família Buscapé! Dão a impressão de ser uns sujeitos legais, mas o que me chamou a atenção mesmo foi o jeito da repórter, como se fosse a fã nº 1 deles, como se estivesse cobrindo a volta do Beatles ou coisa parecida. Não entendi esse jeito "vibrão" de trabalhar. Bom, mas se eu conseguir ficar com o bicho bom da Tainá hoje à noite, já tô no lucro! Marcamos de nos encontrar na entrada do ginásio. Rapaz, acho que tô dando sorte aqui no Brasil!

Ia ser fácil achar essa garota no meio da multidão. Ela se veste de uma maneira estilosa, diferente, bem individual: sandália de dedo, saia indiana, camiseta de alça, uma bolsa a tiracolo e o mais interessante: um óculos retangular, de armação escura e grossa, engraçado até! Depois de uns mil "Desculpe, achei que você fosse uma amiga minha.", finalmente encontrei Tainá e seu grupo de amigos. Cacete, isso sim é que é moda! Parecia uniforme de escola!


Ela me apresentou suas amigas, Janaína e Ana Clara e seus respectivos namorados, Francisco e Bento. Uma mistura de fazendeiros com intelectuais. Um cara de macacão, de sandália de pneu e com ar professoral. Outro de colete, tênis adidas, óculos e também com ar professoral. Pareciam ser legais, "do bem" como eles mesmo falam... Mas que não me deram muita conversa. "Do bem", isso mesmo! Gíria nova... Todos aqui são "do bem". E que nomes tão simples e idílicos! Janaína, Ana Clara, Francisco, Bento e Tainá. Nada de Rogérios ou Robertos. E eu que já tava me sentindo meio culpado por me chamar Washington... Realmente estava no meio de uma nova época da juventude universitária brasileira!

Comecei a conversar com a Tainá antes que a banda entrasse no palco. Aí... acho que tá rolando uma condição até! Quem sabe posso me dar bem hoje? Ela começou a falar de música:
- "De quem você é fã?" - perguntou.
- "Pô, eu me amarro no George..."
Ela imediatamente me interrompeu, dizendo alto:
- "Seu Jorge? Eu também amo o Seu Jorge!"
Puxa, que legal! Ela gosta tanto do George Harrison que se refere a ele com uma intimidade única! Chama ele de "Seu"! Seu Jorge! Isso é que é fã!
- "Legal você já conhecer ele, hein? Eu sabia que ele ia se dar bem na Europa! O Seu Jorge é um gênio!" - ela emendou.
Pô, eu morava na Inglaterra. Como eu não ia conhecer o George Harrison?

Essa eu não entendi...


Depois ela perguntou quais bandas que eu gostava.

- "Eu curtia aquela banda da Bahia...
- "Ah, Os Novos Baianos, né?? Adoro também!"
- "Não, Camisa de Vênus! "Silvia! Piranha!" cantei rindo.
A cara que ela fez foi de quem tinha bebido um balde de suco de limão com sal. Senti que ela não gostou muito da piada. Tentei consertar:
-"Achava eles engraçados, mas era coisa de moleque mesmo, sabe? - Óbvio que não funcionou... Aí, acho que dei um fora...

Depois, Tainá foi me explicando que o tal Loser Manos é a melhor banda do Brasil, etc., etc., etc., e que eles "promovem um resgate da boa música brasileira".
- "Tipo Os Raimundos com o forró?" - perguntei.
-"Claro que não!" - disse ela meio exaltada! Ela me falou que não se pode comparar os Los Hermanos com nada porque "eles são únicos", apesar de hoje existirem excelentes artistas já reverenciados pela mídia do Rio de Janeiro como Pedro Luis e a Parede, Paulinho Moska, O Rappa, Ed Motta, Orquestra Imperial, Max de Castro, Simoninha e Farofa Carioca. Ela mencionou também "Marginalia" ou coisa parecida. Foi isso mesmo que eu ouvi? Achei que ela estivesse elogiando eles... Esses foram os nomes artísticos mais escrotos que já tinha ouvido, mas fiquei quieto. Fico feliz em saber sobre essa nova onda musical pois quando sai do Brasil o que fazia sucesso no Rio era Neuzinha Brizola e seu hit "Mintchura". Ainda bem que tudo mudou, né?

Só depois percebi que o nome da banda é em espanhol: Los Hermanos. Ah bom! Mas se eles são tão brasileiros assim porque não se chamam "Os Irmãos"? Quando saí daqui os nomes de muitas bandas costumavam ser em inglês e até em latim. Ainda bem que essa moda de nomes de bandas em espanhol não pegou no Brasil!

Pelo que me lembro, ao explicar qual é a dos "Hermanos", ela usou a expressão "do bem" umas 37 vezes e disse que eles falam de romantismo, lirismo, samba e circo. Legal, mas circo? Pô, circo é foda! Uma tradição solidificada nos tempos medievais que ganha dinheiro maltratando animais. Onde está a poesia de ver um urso acorrentado pelo pescoço tentando se equilibrar miseravelmente em cima de uma bola enquanto é puxado por um cara com um chicote na mão? Rá, rá, rá... Engraçado pra caralho! Na boa, circo é meio deprimente. Palhaço de circo só troca tapão na cara e espirra água nos olhos dos outros com flor de lapela e quando sai do picadeiro, vai chorar no camarim. Que merda! A única coisa legal no circo mesmo é quando ele pega fogo! Isso sim que é um espetáculo de verdade! Aquela correria toda, etc. Senti que essa galera se amarra em circo. Não faz sentido se eles são tão politicamente corretos assim, né? E os pobres animais? E eu querendo não passar em branco na conversa com a Tainá, mas não conseguia lembrar de jeito nenhum a única coisa que eu sabia sobre a banda... Cacete...! O que era mesmo?

De repente, uma gritaria histérica! O show tava começando! O ginásio veio a baixo! Perguntei pra ela:
- "Eles são todo irmãos, né, tipo os Hanson?"
Ela disse um "não" esquisito, como se eu tivesse debochando. Todos eles usam uma barba no estilo Velho Testamento e se chamam "Los Hermanos"! O que ela queria que eu pensasse? Após ouvir a primeira música deu pra ver que os caras são profissionais mesmo, tocam muito bem e são completamente idolatrados pelo público, para dizer o mínimo. Fiquei prestando atenção ao show. Pô, as músicas são boas! Dá pra ver uma influência de Weezer, Beatles e Chico Buarque. Esse aí é fodão, excelente compositor mesmo. Lá na Inglaterra conhecia uns caras que eram ligados ao movimento "Dark", como chamam por aqui. São os sujeitos que gostam de The Cure, Bauhaus, Sister of Mercy, etc. E tem a maior galera aqui no Brasil também que se veste de preto, não toma sol, curte um pessimismo niilista e se amarra nessas bandas. Mas se eles sacassem que o Chico Buarque é o genuíno artista "Dark" brasileiro... Pô, é só ouvir as músicas dele pra perceber: "Morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego" ou "O tempo passou na janela é só Carolina não viu". "Pai, afasta de mim esse cálice, de vinho tinto de sangue" ou "Taca pedra na Geni, taca bosta na Geni, ela é boa pra apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni". Tudo alegrão, né? Se eu fosse dark, só ia ouvir Chico Buarque, brother!

Tentei reengatar a conversa dizendo que achava ao baixista o melhor músico dos Los Hermanos. Ela respondeu, meio irritada:
- "Mas ele não é da banda!"
Como eu ia saber? O cara tem barba também! Aí, não tô entendendo mais nada...

Adiante, ela me disse que o cara que ela mais gostava na banda era um tal de Almirante. Depois de alguns minutos deu pra ver que o camarada imita um pouco os trejeitos do Paul McCartney, só que em altíssima rotação. Ele fica se contorcendo feito um maluco enquanto os outros ficam estáticos. É engraçado até! Parece que ele tem uma micose num lugar difícil de coçar! E fica falando e rindo direto. Ele é o irmão gaiato do cara que canta a maioria das músicas, o tal de Marcelo Campelo, como anunciaram no noticiário local hoje. Isso mesmo, Marcelo e Almirante Campelo: "Os Irmãos"! Legal! Já tava me inteirando! Ah, e tem também dois gordinhos de barba que estão lá também, mas devem ser filhos de outro casamento...

Tava um calor desgraçado, coisa que eu realmente não estou mais acostumado. Fui rapidão ao bar pra beber alguma coisa. Comprei umas quatro latas de refrigerante que era o único troço que tava gelado para oferecer para meus novos amigos:
-"Aí, trouxe umas coca-colas pra vocês!"
Ouvi a seguinte resposta:
-"Coca-Cola? Isso é muito imperialista... Guaraná é que é brasileiro!"
Puxa, que pessoal politizado... Isso mesmo, viva o Brasil! "Yankees, go home", rá, rá! Outro fora que eu dei! Mas, pensando bem, eles não usam o Windows e o Word pra fazer trabalhos da universidade? Ou usam o "Janelas"? Dessas coisas gringas não é tão mole de abrir mão, né? Mais é fácil não tomar Coca-Cola! Isso sim que é ativismo estudantil consciente! Posicionamentos políticos à parte, tava quente pra burro, então bebi tudo sob o olhar meio atravessado de todos eles... fazer o quê?

Lá pelas tantas, começou uma música e todo mundo berrou e pulou. Parecia o fim do mundo. Logo nos primeiros acordes, reconheci o som e falei pra Tainá:
- "Ah, eu sei o que é isso! É um cover do Weezer! Me amarro em Weezer!"
Ela olhou pra mim com uma cara indignada e disse:
- "Que Weezer o quê? O nome dessa música é "Cara Estranho".
Já vi que não gostou de novo... Mas quem sou eu pra dizer algum coisa aqui, né? Porra, mas que parece, parece! Mas o que era mesmo que eu não consigo lembrar de jeito nenhum sobre eles? Acho que conheço alguma outra música deles... Só não consigo dizer qual...

Sabia que se eu quisesse me dar bem logo com a Tainá teria que ser entre uma música e outra pois parecia que ela estava vendo um disco voador pousar enquanto os caras tocavam. Resolvi fazer uma piada pra descontrair, que sempre rola em shows. Quando o Campelo tava falando alguma coisa qualquer, berrei:
-"Filha da putaaaaaaaaaa!"
Pra quê? Tainá e sua milícia hermanista me deram uma cutucada monstra na costela que me fez enxergar em preto e branco uns 5 minutos! Pô, todo show alguém grita isso! É quase uma tradição até! Eu me amarro no cara! E é só uma piada! Aí, esse pessoal leva tudo muito a sério! Caralho... Pensei em pegar uma camisinha da minha carteira e fazer um balão e jogar pra cima, como rola em todo show, pra mostrar pra Tainá que eu sou uma cara consciente, tipo:
-"Aí, Tainazão, se tu se animar, eu tô preparado!" - mas depois dessa vi que senso de humor não é o forte dessa galera.

O tempo tava passando e nada de eu ficar com minha nova amiguinha. Quando fui tentar falar uma coisa no ouvido dela, foi o exato momento em que começou uma outra música. Foi aí que a louca deu um grito e um pulão tão altos que eu levei uma cabeçada violenta bem no meio do meu queixo! Ela não sentiu nada, óbvio, pois estava em transe hipnótico só por causa de uma canção sobre a beleza de ser palhaço ou lirismo do samba ou qualquer outra coisa do gênero. A porrada foi tão forte que eu mordi um pedaço da língua. Minha boca encheu d´água e sangue na hora. Enquanto eu lutava pra não desmaiar, instintivamente enfiei a manga da minha camisa na boca pra estancar o sangue e não cuspir tudo em cima de Ana Claudia e Janaína or something. Só que estava tão tonto com a cabeçada que tive que me segurar em uma ou outra pessoa pra não cair duro no chão. Foi quando ouvi:
- "Nossa, que horror! Lança-perfume! Esse playboy tá doidão de lança! Que decadência..."
Lança-perfume? Cara, lógico que não! E mesmo que tivesse, todo show tem isso! Mas nesse, não pode. É "do bem". É feio ter alguém cheirando loló!! Pô, todo show que eu fui na vida tinha alguém movido a clorofórmio. Aqui, não. Que merda...

Babei na minha camisa até o ponto dela ficar ensopada! Fui ao banheiro tentar me recuperar do cacete que tomei. Lavei o rosto e tirei a camisa. Quando voltava passei por uma galera e ouvi resmungarem alguma coisa do tipo:
- "...e esse mala aí sem camisa..."
Porque não se pode tirar a camisa num show? Isso aqui não é só uma apresentação de uma banda? Parecia que eu ainda estava na Europa! Regulões do caralho... E, afinal, o que significa "mala"?

Estava enxergando tudo embaçado e notei que minhas lentes de contato tinham saltado pra longe com a cabeça-aríete de Tainá e esmagadas por centenas de sandálias de dedo. Lembrei que sempre levo um par de lentes extras no bolso. É uma parada moderna que eu achei lá em Londres. Um estojo ultrafino com uma película de silicone transparente dentro que mantém as lentes umedecidas e prontas para uso. Abri o estojo e peguei cuidadosamente a película com as duas mãos e elevei-a contra a luz para conseguir achar as lentes. Estiquei os polegares e indicadores, encostando uns nos outros, para abrir a película entre esses dedos. Balançava o negócio levemente, de um lado para o outro, contra a pouca luz que vinha do palco para conseguir localizar as lentes. Não estava enxergando nada direito! Quando tava lá com as mãos pra cima, fazendo uma força absurda pra achar as lentes, um dos caras legais com nomes simples, me deu um puta safanão no ombro. É claro que o silicone voou longe também... Caralho, minhas lentes! Custaram uma fortuna! Que filho da puta!
- "Que sinal é esse que tu fazendo aí, meu irmão? Tá desrespeitando as meninas?"
- "Que sinal?? Que sinal??" - respondi, assustado!

- "De buceta, palhaço!" - apertando o meu braço que nem um aparelho de pressão desregulado.
- "Você tá no show do Los Hermanos, ouviu? Los Hermanos! Ninguém faz sinal de buceta em um show do Los Hermanos, sacou?" - gritou o tal hipponga na minha cara.

Que viado, eu não tava fazendo nada! Parecia uma freira de colégio! Que lance é essa de buceta? Da onde esse prego tirou isso? As meninas... (Perái! Menina? A mais nova aí tem uns 25!) ficaram me olhando com a cara mais escrota do mundo! A essa altura, já tinha percebido que não ia agarrar a Tainá nem que eu fosse o próprio Caetano Veloso! "Bento", que nome mais ridículo... Isso aqui é um show ou uma reunião de alguma seita messiânica escolhida para repovoar a Terra?

Caramba, que noite infernal! Tava com a língua sangrando, sem enxergar direito, só de calça, arrotando sem parar e puto da vida porque só tinha aceitado vir aqui por causa de mulher. Estava no meu limite. Isso era um show ou uma convenção do Santo Daime? Que patrulhamento! E, de repente, vejo Tainá e seus amigos olhando pra mim atravessado e cantando a seguinte frase:
-"Quem se atreve a me dizer do que é feito o samba?"
Aí foi demais! Eu me atrevo: Ritmo, melodia e harmonia. Pronto, só isso! Mais nada! Olha só: foda-se o samba, foda-se o circo, foda-se a obsessão por barba da família Campelo e, principalmente, foda-se essa galera "do bem" que está aqui!"

Apesar de tudo, a banda é realmente excelente! O que incomoda mesmo é esse público metido a politicamente correto e patrulhador e a imprensa que força a barra pra vender alguma imagem hipertrofiada do que rola de verdade. Esse climão de festival antigo de música popular brasileira, daqueles com imagens em preto e branco, com todo mundo participando, que volta e meia reprisam na tv, tudo lindo e maravilhoso. "Puxa vida, um novo movimento musical brasileiro!"? "Estamos realmente resgatando a nossa cultura!" ? Que exagero... Ei, é só música pop! MÚSICA POP!

Caralho, finalmente lembrei! Eu conheço uma música deles! Ouvi em Londres!

Numa última tentativa de salvar meu filme com Tainá, na hora do bis, berrei bem alto:
- "TOCA ANA JULIA!"

Só acordei no hospital. Tomei tanta porrada que vou ter que fazer uma plástica pra tirar as marcas de pneu da minha cara! Fui pisoteado! Neguinho ficou puto! Qual é o problema com essa música? Me lembro de estar sendo chutado pela elite dos estudantes universitários brasileiros e da própria Tainá, gritando e me dando um monte de bolsadas na cabeça! Que porra louca! Tentaram me linchar! Ofendi todo mundo! Pô, Ana Julia é uma música boa sim! É um pop bem feito! Se não fosse, o "Seu Jorge" Harrison não teria gravado, né? Se ele não entende de música, quem entende? Me disseram depois que o tal Campelo se retirou do palco chorando, magoado, e o outro irmão mais novo dele, o nervosinho que imita o Paul McCartney, pulou do palco pra me bicar também. Do bem? Do bem é o cacete...


Aí, sinceramente, ainda prefiro o show do Camisa de Vênus...

Adolar Gangorra tem 65 anos, e está internado até hoje!!!"

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Meme Musical!

Quem me indicou esse foi a Raquel.
Eu ja tinha feito, foi no início do blog, quem quiser reconferir, clique aqui.
Mas como agora o meu momento é outro, resolvi fazer denovo.

O que fazer:
1- Escolher um cantor :
2-A cada pergunta feita, terá que escolher um título de uma música e coloca-lo lá como resposta.
3-Por último,repassar a 7 blogs

Meu cantor favorito continua sendo o Freddie Mercury, mas hoje vou variar:

- Cantor(a) escolhido(a): Jota Quest


1-És homem ou mulher? So Special
2-Descreve-te: Fácil
3-O que as pessoas acham de ti: Na Moral
4-Como descreves teu último relacionamento: Já Foi
5-Descreve o momento atual de tua relação: Palavras de Um Futuro Bom
6-Onde querias estar agora: De Volta ao Planeta dos Macacos
7-O que pensas a respeito do amor? O Que Eu Também Não Entendo
8-Como é tua vida? Por Mim e Por Você
9-O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Tanto Faz...
10- Escreve uma frase sábia:"O seu amor pode star do seu lado!"




Repasso esse Meme para:

1- Dressa's American Days - Dressa! Vem pensando no caminho pra casa!!! =)
2- Apaixonada Online - Poetiza! Quero ver vc transmitir toda a sua emoção em forma das musicas do seu cantor(a)/banda favorito(a)!
3- O que tem dentro - Jéssica! Quero saber que está bem e animada! Pensa em música! Ajuda a espantar os males... ;)
4- Prato Fundo - Vivi e Drika! Sei que as duas topam tudo! E levam sempre pro lado crítico... vai ser um prazer conhecer melhor os gostos musicais das 2!
5- Escrever é Preciso - Ana! Sinto falta de vc me pentelhando pra ler seus posts... Larga um pouco esse posto de minha síndica e volte a escrever como só vc sabe!
6-PISIQUÊ nossa de cada dia - Bia, sua desnaturada! Cadê você no seu blog lindo? Vem brincar comigo! Te amooo!
7- Blog do Moisés - Amigo! Venha nos brindar com seu bom gosto!

Quem mais quiser fazer, depois me conta! Bjsss!

OBS: Show do Jota na próxima sexta, dia 13, no Oi Noites Cariocas... Já tô lá!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Banjamin Button


Retirado do blog Imagem em Movimento

"No dia em que era decretado o fim da Primeira Guerra Mundial, Benjamin Button (Brad Pitt) nascia em “circunstâncias anormais”. Os olhos com catarata, a falha na audição, a artrite aguda e a pele enrugada indicavam que, embora recém-nascido, seu corpo já tinha 80 anos. Com a morte da mãe ainda no parto e a rejeição súbita do pai, Benjamin foi deixado na porta de um abrigo para idosos em Nova Orleans. A proprietária Queenie (Taraji P. Henson) viu naquele estranho bebê uma espécie de benção divina e decidiu criá-lo. “É o tipo de milagre que ninguém espera ver”, dizia Queenie. Milagre maior era perceber que Benjamin rejuvenescia com o passar dos anos, enquanto seus amigos idosos logo morriam.

Entre os diversos elementos diegéticos (do interior da própria narrativa ficcional) do filme O Curioso Caso de Benjamin Button, certamente o que mais fascina é a condição existencial deste protagonista que, por mais que possa parecer fantasiosa ou fabular, agrega algo de real, de verdadeiro. Se a princípio tal fenômeno nos parece tão absurdo, a experiência de Benjamin é legitimada logo no início do filme. Nesse momento, acreditamos na ideia de um tempo que retrocede, quando um personagem secundário, o Sr. Gateau (Elias Koteas), fabrica um relógio cujos ponteiros andavam ao contrário, na esperança de poder ver novamente seu filho, morto na guerra. É a partir deste preâmbulo que o espectador é convidado a vivenciar a história de Benjamin Button.

Nada mais apropriado para um longa-metragem, que não pretende ser uma adaptação fiel, mas livremente inspirado no conto do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald. No conto original, a infância de Benjamin é marcada pela vontade proibida de fumar cigarros, ler enciclopédias e conversar com gente idosa. No filme, o personagem, aos 7 anos, gosta de brincar com soldadinhos de plástico, ainda não sabe ler e quer correr com outras crianças, mas sua condição física o impede. Seu corpo é velho, mas sua mente é infantil. A mudança na trama confere maior empatia ao personagem, além da interpretação sóbria de Brad Pitt, indicado ao Globo de Ouro 2009 de melhor ator de drama. A película também recebeu indicações ao prêmio nas categorias de melhor filme dramático, roteiro, trilha sonora original, direção. Apesar de não ter conseguido ganhar nenhum, O Curioso Caso de Benjamin Button é um dos filmes mais cotados na disputa por indicações ao Oscar 2009.

Assinado por Robin Swicord – diretora de O Clube de Leitura de Jane Austen – e por Eric Roth – roteirista de Forrest Gump - O Contador de Histórias –, o roteiro de O Curioso Caso de Benjamin Button está longe de ser idêntico a do personagem imortalizado por Tom Hanks, embora muitos críticos tenham feito associações. Se Forrest Gump participa ativamente de fatos históricos relevantes, como a Guerra do Vietnã e Watergate, Benjamin Button observa passivamente poucos acontecimentos, como as conseqüências do ataque dos japoneses a Pearl Harbor e a ascensão dos Beatles. Apesar do lugar-comum de ser narrado em forma de diário – que foi parar nas mãos de Daisy Fuller (Cate Blanchett), o grande amor de Benjamin –, o filme consegue superar alguns clichês e, às vezes, seu didatismo.

Mais do que aprofundar a relação entre o personagem e a História, o cineasta David Fincher coloca em primeiro plano a presença do tempo, com todas as transformações e as marcas que ele deixa. No filme anterior de Fincher, Zodíaco, o tema principal também era o tempo, mas como uma espécie de força que conduzia os personagens à obsessão e à autodestruição. Em O Curioso Caso de Benjamin Button, o tempo é sinônimo de memórias afetivas, que possibilitam aos personagens a consciência melancólica da efemeridade da vida."

Retirado da minha cabeça:

Por esta critica, eu ja tinha vontade de ver o filme. Por indicações de amigos também. Aí o filme recebeu 13 indicações ao Oscar e eu não pude resistir mais. E hoje, aliás, ontem, pois escrevo de madrugada, fui conferir o que ja estava previsto: O FILME ARREBENTA! O BRAD PITT ARREBENTA! Nossa! Sem paravras pra descrever!

Há muito tempo não via um filme que me fizesse rir e chorar, assim como Forrest Gump me fez há 15 anos atrás e ainda me faz (tenho esse DVD------------- assisto sempre!).

Os efeitos visuais também são impecáveis!Eu já tinha visto maquiagem pro rosto, como no clássico, Uma Babá Quase Perfeita, mas os efeitos que eles usam para os corpos também parecerem mais velhos são incríveis!
E claro, a companhia perfeita também tornou as quase 3 horas de filme, que passaram sem que eu pudesse notar, muito mais aconchegantes! (A pipoca acabou antes do filme começar mesmo... rsrsrs...)

O filme me fez também refletir: será que faria muita diferença nascer "velho" e morrer "novo"? Acho que não... Como disse Daisy, personagem da Cate Blanchett, "No final todos nós terminamos em fraldas..."
E o ciclo dependência-independência-dependência seria, no fim das contas, cumprido da mesma forma.

Fica aí, recomendadíssimo para casais, solteiros, desquitados, sentimentais, durões, machões e qualquer outra pessoa que queira se emocionar, se divertir e refletir.

Com certeza esse filme vai fazer parte da minha videoteca!

Até a próxima!


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Meu novo motivo de felicidade!


"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E que irá dizer que não existe razão?"